quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Sarampo - problemática de novas importações


O Sarampo é uma doença de origem vírica que ataca principalmente crianças até 10 anos; esporadicamente ocorrem alguns casos em adultos.

Epidemiologia
O sarampo é um dos cinco exantemas da infância clássicos, com a varicela, rubéola, eritema infeccioso e roséola. É altamente infeccioso e transmitido por secreções respiratórias como espirros e tosse. Após o início de uso da vacina tornou-se raro nos países que a utilizam de forma eficaz, como América do Norte e Europa. Contudo, ainda causa 40 milhões de casos e um a dois milhões de mortes por ano em países sem programas de vacinação eficientes.

Sinais
As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, nariz entupido e corrimento nasal, conjuntivite e fotofobia (medo de luz).
Surgem manchas brancas na mucosa da boca (que são diagnósticas). Após isso surgem manchas maculopapulares avermelhadas na pele, inicialmente no rosto e progredindo em direção aos pés, durando pelo menos três dias, e desaparecendo na mesma ordem de aparecimento.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é clinico devido às características muito típicas, especialmente as manchas de Koplik - manchas brancas na mucosa da boca-parte interna da bochecha.

A prevenção é por vacina de vírus vivo atenuado. O tratamento é sintomático.
Em Portugal a vacina é gratuita ( faz parte do Plano Nacional de Vacinação) sendo administrada aos 12 meses e aos 5 anos.
No entanto, todos os anos, a DGS recomenda que se actualizem esquemas em atraso e que se vacinem as crianças até aos 18 anos com duas doses de vacina. Isto porque em países europeus a incidência do sarampo é grande o que implica que, em período de férias e com a grande mobilidade das comunidades, possa haver maior probabilidade de contágio.
Se o seu/sua filho(a) não está vacinado dirija-se ao Centro de Saúde da sua área de residência,e solicite que sejam administradas as vacinas recomendadas.

sábado, 9 de junho de 2012

Doença Mãos Boca e Pé


Esta semana foram realizados vários diagnósticos de uma doença chamada de Mãos Boca e Pés. Principalmente em crianças da mesma família ou do mesmo espaço escolar.
É uma infecção virosal, por isso contagiosa, da pele e da mucosa oral, caraterizada por erupções na boca, mãos e pés.
O primeiro caso foi descrito em 1957. É causado pelo coxsackievirus e menos frequentemente pelos enterovírus (os vírus que causam diarreia). É uma infecção muito comum.

É frequente em crianças com menos de 5 anos de idade. Nas crianças em fase escolar ocorre com menos frequência e raramente ocorre em adultos.
Usualmente o período de incubação é de 4 a 6 dias.

 - Sintomas - Febre de intensidade variável. Alguns casos podem ocorrer sem febre. Habitualmente a criança apresenta estomatite (aftas) e gânglios aumentados no pescoço. Surgem a seguir, em pés e mãos, lesões vesiculosas (como pequenas bolhas) branco-acizentadas com base avermelhadas, não pruriginosas (sem comichão), mas dolorosas. Regridem espontaneamente ao fim de uma semana. É uma doença benigna, porém são relatados muito raramente casos de complicações como meningite e encefalite.

- Tratamento - O tratamento inclui medidas que orientamos para todas as viroses de uma maneira geral: Repouso, alimentação leve e boa ingestão de líquidos. A febre deve ser controlada com as medidas gerais de controlo de temperatura -  arrefecimento periférico (remover a roupa) e administração de medicação ( usualmente paracetamol ou ibuprofeno).

Assim que, o mais importante é limitar o contato com outras crianças e adultos e tratar sintomas.  Os miminhos são uma grande ajuda nesta fase...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Diagnóstico precoce - teste do pezinho

O diagnóstico precoce é um teste realizado ao recém nascido, entre o 3º e o 6º dia de vida, de forma a rastrear algumas doenças congénitas. Este teste é realizado por enfermeiros, no Centro de Saúde ou na Maternidade, e consiste na recolha de gotas de sangue do pé do recém nascido para um cartão de teste. Para isso é necessário fazer picada na face antero lateral do pé e com alguma espressão obter gota de sangue suficiente para preencher as 4 zonas seleccionadas do cartão. O cartão após ser preenchido é enviado para o Instituto de Genética Médica Jacinto Magalhães.

Para que serve?
O teste do pezinho é uma forma de detecção precoce de várias doenças que poderão interferir na qualidade de vida do bebé. No teste obrigatório são pesquisados a fenilcetonúria e o hipotiroidismo congénito. No teste completo são pesquisadas mais vinte e três doenças.
A fenilcetonúria é uma doença genética caracterizada pela ausência de uma enzima responsável pelo processamento de um aminoácido essencial, a fenilalanina. Por não ser processado, este aminoácido acumula-se no organismo, provocando assim atrasos no desenvolvimento físico e e mental das crianças afectadas. Logo após o diagnóstico, a criança inicia de imediato o tratamento, que consiste fundamentalmente numa dieta especial, pobre em fenilalanina. Esta dieta deve manter-se até aos seis/oito anos de idade. Além da dieta, as crianças afectadas devem fazer exercícios físicos de recuperação motora terapêutica da fala, pois tal poderá ajudar na recuperação.
O hipotiroidismo diagnosticado por este teste deve-se a uma deficiência parcial ou total na produção das hormonas da tiróide. A falta destas hormonas origina deficiências de crescimento do bebé, podendo também resultar em deficiência mental. O diagnóstico precoce, ao qual se segue o tratamento com medicação fazem com que os sintomas não cheguem a manifestar-se.

A importancia do rastreio precoce prende-se com o realizar o tratamento o mais rapidamente possivel, para que assim as crianças possam crescer saudáveis.
Contacte a sua Unidade de Saúde, quando o seu bebé nascer, para que atempadamente possam melhor orientar a realização do teste de diagnóstico precoce.

sábado, 1 de outubro de 2011

Semana mundial do aleitamento materno


A semana de 3 a 9 de Outubro foi destacada com uma comemoração muito importante. O aleitamento materno merece um grande destaque nas actividades de qualquer profissional de saúde que trabalhe com mães/crianças.

A Unicef e a DGS preconizam que se promova aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de vida do bebé, e que apesar de se introduzirem alimentos nesta fase, a amamentação deve-se manter enquanto mãe e bebé estiverem preparados.

O leite materno é sem duvida o alimento mais adequado ao bebé nos primeiros meses de vida: é gratis, está sempre preparado -prontinho, a temperatura ideal, confere factores de imunidade, vai ajudar a mae a recuperar a forma mais rapidamente, ajuda no bom desenvolvimento do bebé.

Por vários locais do paí serão realizadas iniciativas para sensibilizar as maes para a amamentação, bem como partilhas de experiencias de maes que amamentam.

Apareçam e participem nessas iniciativas, que de certo vao trazer novas informações paar muitas mamãs...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma fralda para usar... e voltar a usar vezes sem conta!

Made in Portugal!



As fraldas reutilizáveis da Gyzzo nasceram em Portugal e já estão a ser vendidas em Angola e Moçambique. Espanha, França e Itália são os próximos "alvos".


Ter um filho é dos momentos mais importantes na vida de um casal. Mas é também sinónimo de maiores encargos, especialmente nos primeiros anos. Desde a alimentação até à essencial fralda. Mas se nos últimos anos a "regra" era de usar e deitar fora, agora pode usá-la e... voltar a usar vezes sem conta.

É esta a proposta da Gyzzo, uma empresa nacional que nasceu há um ano e que já é um sucesso. Como surgiu a ideia? "O Nelson Castro, o meu sócio, teve uma filha. E a esposa ouvi falar de umas fraldas reutilizáveis que eram vendidas no Reino Unido. Conversámos e chegámos à conclusão que em Portugal não existia nada assim", disse Rui Marques ao Negócios.

O facto de não haver concorrência nacional levou-os a avançar. "Começámos em Setembro de 2009. Não fizemos um grande investimento, até porque não sabíamos qual iria ser a reacção do mercado. Começámos a comercializar as fraldas em Março, através de lojas de puericultura e também das farmácias".

Hoje "estamos com dificuldade em satisfazer os pedidos de todos os nossos clientes. Temos tido muitas encomendas" em Portugal, onde a empresa está prestes afirmar um acordo com uma grande superfície, como noutros mercados onde a empresa já está presente. Angola e Moçambique absorvem 30% da produção total, que tem já acertada a entrada em Espanha e potencialmente deverá avançar para França e também Itália.

Em Portugal, nasceu a ideia E é também cá que são definidas todas as características das fraldas. Desde os materiais que são utilizados até ao "design" destas, mas a produção está lá fora, na China Porquê?"A mão-de-obra é mais barata", assume Rui Marques. No entanto, e perante tamanho sucesso, a empresa tem j á planos para avançar com produção em Portugal.

Este sucesso é explicado não só pelo facto de ser um produto inovador, mas também porque em tempos de crise, os consumidores procuram reduzir ao máximo as despesas. "As fraldas não duram para sempre, podem rasgar-se, mas acreditamos que poderemos gerar uma poupança de 1.400 euros no primeiro filho. No segundo, a poupança é total", diz o sócio da Gyzzo. Cada fralda custa 16 euros. Um "pack" fica por 90 euros.


2010-09-01
Paulo Moutinho, Jornal de Negócios

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Grávidas correm quatro vezes mais risco de serem hospitalizadas

As grávidas infectadas com o vírus da gripe A (H1N1) correm um risco quatro vezes superior ao das outras pessoas de serem hospitalizadas, indica um estudo norte-americano, ontem publicado pela revista britânica “The Lancet”.

Embora não afirmem que as mulheres grávidas são mais susceptíveis de contrair o vírus, os especialistas sustentam que, depois de infectadas, correm um risco mais elevado de complicações. Neste trabalho, investigadores dos Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos analisaram os primeiros 34 casos surgidos em grávidas no país, incluindo os seis que resultaram em mortes, entre Abril e meados de Junho.

Nesse sentido, recomendam que as mulheres grávidas suspeitas de terem contraído o vírus devem ser tratadas com Tamiflu (nome comercial para o fármaco antiviral oseltamivir) o mais rapidamente possível, mesmo antes das análises confirmarem o diagnóstico de gripe, e recomendam que elas estejam entre os primeiros grupos a receberem a vacina.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já tinha alertado para o risco acrescido de complicações graves nas grávidas infectadas com o vírus, mas sem recomendar a prescrição precoce de antivirais. Para a principal autora do estudo, Denise Jamieson, dos CDC, os médicos devem agir rapidamente nos casos de grávidas infectadas, de preferência nas 48 horas seguintes ao aparecimento dos sintomas. "A mensagem é: não demorem o tratamento apropriado por estarem grávidas", vincou.

Segundo a OMS, alguns médicos mostram-se relutantes a administrar antivirais a mulheres grávidas. Todavia, embora os dados sobre segurança no uso de Tamiflu em grávidas sejam limitados, Jamieson diz que parece ser relativamente seguro. "Nenhuma das grávidas que morreram foi tratada a tempo com antivirais.



Foto: telegraph.co.uk

Dos seis casos mortais analisados no estudo, quase todos evoluíram para uma pneumonia viral antes de manifestarem problemas respiratórios agudos e foram colocados em ventiladores antes de morrerem. À excepção de uma mulher com asma e outra com obesidade, todas eram saudáveis. Das 34 grávidas infectadas analisadas no estudo, 11 foram hospitalizadas. As mulheres grávidas representam 0,62 por cento de todos os casos de doentes com gripe, confirmados ou prováveis.

O Portal de Saúde da Direcção-Geral da Saúde recomenda às grávidas com gripe A que tratem a febre, um dos principais sintomas, para manter a temperatura dentro dos valores normais, e liguem para a Linha Saúde 24 (808242424) em caso de dúvidas. Quanto aos antivirais, refere que só devem ser utilizados sob prescrição médica e que não estão descritas complicações na grávida ou no feto com a utilização desses fármacos.
As recomendações da Direcção-Geral da Saúde para grávidas e lactantes: http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/FE987961-31E9-4CA2-AAAE-7A46861EC4E6/0/virusgripeA.pdf

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gripe A - grávidas, grupo de risco?

As grávidas são consideradas um grupo de risco em qualquer gripe, mas não se justificam em Portugal os avisos que as autoridades de saúde britânicas fizeram a propósito do vírus H1N1, disse o pneumologista Filipe Froes, do Hospital Pulido Valente.

O consultor da Direcção-Geral da Saúde acentuou que as recomendações das autoridades sanitárias britânicas dirigidas às grávidas, entre as quais evitarem multidões e viajarem em transportes públicos, "baseiam-se numa realidade epidemiológica muito diferente".

"Neste momento, o Reino Unido tem vários focos de transmissão mantida na comunidade e as autoridades tomaram uma medida que reflecte o nível de actividade no seu país que não é de maneira nenhuma sobreponível à quase generalidade dos países europeus", esclareceu o especialista. Filipe Froes vincou que a situação britânica "é muito diferente da da maior parte dos outros países", entre os quais Portugal, onde ainda não se regista o contágio em comunidade.

No entanto, o médico sublinhou que "as grávidas são consideradas um grupo de risco quer para a gripe endémica quer para a gripe sazonal", embora a Direcção-Geral de Saúde tenha feito apenas alertas especiais para as crianças, as pessoas com mais de 65 anos e os portadores de doenças crónicas. Froes salientou que a circular sobre a vacinação gripal recomenda a administração da vacina contra a gripe às "grávidas que vão estar no decurso do segundo ou terceiro trimestre de gravidez, na época de maior actividade do vírus da gripe".

O subdirector-geral da Saúde, José Robalo, referiu na Comissão Parlamentar de Saúde na semana passada que as grávidas e as crianças só deverão receber a vacina contra a Gripe A (H1N1) em Fevereiro de 2010. O Governo vai despender 45 milhões de euros para a aquisição de três milhões de vacinas contra a Gripe A, a que corresponde seis milhões de doses, prevendo que estejam disponíveis em Janeiro, no máximo.

fonte: Público, 20.07.2009